quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Encontro com a comunicação social em Leiria


O Movimento de empresários “Pelo Futuro do Mobiliário” promoveu, no passado dia 23 de Setembro, um encontro com a comunicação social, na sede da Associação de Industriais do Centro, em Leiria, para dar a conhecer as suas reivindicações, junto dos órgãos locais.

Este Movimento, de âmbito nacional, integra sobretudo empresários das regiões de Leiria e Vale do Sousa, os dois principais pólos da indústria do mobiliário em Portugal, e tem como objectivo principal e subjacente à sua criação, a realização em periodicidade bienal da única feira profissional de mobiliário do país, a EXPORT HOME (que tem lugar em Março, na Exponor).

Para este grupo de empresários, o formato actual da EXPORT HOME acarreta custos desnecessários que no longo prazo podem comprometer a saúde das empresas.

No decorrer do encontro em Leiria foram referidos exemplos de algumas empresas que após a concepção e o desenvolvimento de uma linha de mobiliário para estarem presentes no Certame, com todos os custos inerentes a este processo, e não obtendo nenhum tipo de retorno financeiro com a realização do mesmo, acabaram por encerrar as portas.

De relembrar que os custos inerentes à participação no Certame se situam entre os 100 e os 300 mil euros.

A perda global de visitantes a que se tem vindo a assistir nos últimos anos (na ordem dos 35 por cento), de estrangeiros em particular, e os custos de concepção e desenvolvimento de colecções com um reduzidíssimo ciclo de vida, são apontadas como as principais motivações para a reivindicação da mudança da Feira para bienal.

Em representação das 87 empresas que compõem este movimento estiveram presentes neste encontro Abílio Faria, da Farimóvel, Armando Rocha, da ARC, Carlos Henriques, da Filipe & Henriques, Fernando Rocha, da NorteInteriores, José Monteiro, da Almipe, Luís Silva, da Estofos Luís Silva.

Este é um Movimento a que se têm vindo a juntar, de dia para dia, mais empresas. José Monteiro, da Almipe, Indústria de Mobiliário, constitui um exemplo da força que este Movimento tem vindo a ganhar. “Apesar de já ter feito a pré-inscrição na edição de 2009 do Certame, não vou comparecer. Temos de olhar para o que se faz além fronteiras, em Milão ou Colónia, onde são lançadas as linhas de 2 em 2 anos”, refuta o empresário.

Mais uma vez os empresários unidos em torno do mesmo objectivo reiteraram que não vão comparecer na Export Home 2009.

1 comentário:

Orlanda Leite disse...

Posição da Direcção da Exponor sobre a Export Home é o retrato deste País

Há uns dias li algumas das notícias deste blog só não teci qualquer comentário por falta de tempo. Porém hoje, aqui estou.
Desde logo, uma questão me assola a mente: Se mais de oitenta empresários do sector, dos dois principais pólos da indústria de mobiliário em Portugal, com toda a frontalidade vêm a público informar não ser rentável e constituir mesmo um prejuízo, quiçá insustentável, para os expositores a sua participação anual na “Export Home”, como se permite a Exponor, através do seu director-geral e publicamente (vd Vida Económica, 19 de Setembro de 2008) atribuir a estas pessoas a realização de, e passo a citar “campanha de agitação”?

Porém, após breves instantes de reflexão, penso ter encontrado a resposta.
Neste País de tecnocratas em que vivemos, a Direcção da Exponor não foge à regra.
E verdade seja dita, que outra posição podia ter?
Se, como era do mais elementar bom senso, sobretudo nestes anos de crise que vivemos e, infelizmente nos que se avizinham, dessem o seu assentimento a que este Certame passasse a ter carácter bienal, estariam a abrir um precedente, para todos os demais Certames que lá se realizam.
E depois? O que iriam fazer aqueles Senhores?
Bem, teriam sempre a hipótese de fazer uma Mostra – creio que para Exposição não daria – mas uma Mostra da “Arte de bem sentar os rabiosques em cadeiras de executivos”
Efectivamente e por muito que me custe dizê-lo, em Portugal, há um novo principio que cada vez ganha mais apoiantes:
IGNORANCE IS A BLISS!