quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Industriais de mobiliário contra realização anual da Export Home", in Jornal de Leiria, 25 Setembro

Um grupo de 82 empresas do sector do mobiliário está a reclamar a mudança da periodicidade da Export Home, feira do mobiliário que se realiza na Exponor. Defendem que o certame devia ter lugar apenas de dois em dois anos, invocando que, com isso, todos ficarão a ganhar.
E ameaçam não ir à próxima edição, agendada para Março de 2009. Terça-feira, em Leiria, explicaram os seus motivos.
De acordo com os empresários que integram o movimento Pelofuturo do mobiliário, entre os quais se contam vários da região de Leiria, participar naquela feira implica custos dispendiosos de desenvolvimento e produção de uma nova linha de mobiliário. Um dos empresários presentes na conferência de imprensa adiantou que isso implica sempre um investimento de pelo menos 150 mil euros. Carlos Henriques, empresário de Leiria, acrescentou que “a ansiedade de ter que lançar uma nova linha para apresentar na feira leva muitas vezes a cometer erros”. “Não podemos apresentar a mesma colecção dois anos seguidos, porque o mercado não o permite”, explica José Monteiro, da Almipe, na Marinha Grande. A necessidade de todos os anos apresentar novos artigos “contribui para matar o ciclo de vida das colecções, ao pôr os produtos no mercado antes daquele que seria o seu ciclo de vida normal”, acrescentam os empresários do movimento.
Por tudo isto, e porque a Export Home “tem vindo a perder visitantes”, tanto nacionais como estrangeiros, defendem que o ideal seria que a feira se realizasse de dois em dois anos. E acusam a Exponor de não se adaptar à nova realidade do mercado e de ser intransigente.
O director-geral da Exponor reconhece que a feira tem sido o “espelho fiel” da situação de crise que afecta as indústrias da construção e do mobiliário, registando perdas de visitantes e de expositores. Mas frisa que o certame está implantado no roteiro internacional de distribuidores e que têm sido introduzidos alguns ajustamentos no formato da feira, cuja periodicidade anual é “essencial” na estratégia de fidelização de
visitantes. José Coutinho acrescenta que passar a feira a bienal seria “esbanjar” o trabalho realizado nos últimos 20 anos. E garante que “nenhuma campanha de agitação vai inviabilizar a realização da próxima Export Home”.

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