quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Juntando algumas pontas soltas...

O sentimento de queda tem sido uma constante nas últimas edições da ExportHome. Ninguém lhe fica indiferente e poucos são os que escapam à maioritária tendência. Por isso, começou-se a falar em realizar o evento de dois em dois anos. “Fica muito caro organizar e participar na feira e o investimento não traz retorno”; “Temos que fazer alguma coisa”; “Porque não?”;
Tudo isto se ouvia nos corredores da Exponor, mas nunca ninguém tinha tido a coragem de assumir esta batalha.
Finalmente, em Março começamo-nos a mexer e a falar com os outros empresários. Dentro da feira, organizamos um inquérito assinado, onde mais de 90% defendeu a alteração da periodicidade. Depois disso, o movimento já não podia parar. As empresas que subscreveram a nossa posição assumiram, então, o compromisso de não participarem na feira, em 2009, caso a direcção da Exponor não nos ouvisse nem tentasse chegar a um acordo.
Entretanto, organizámos algumas reuniões com os responsáveis do certame. Aí, fizeram que nos escutaram para, no fim, dizerem que não valia a pena insistirmos. Tão pouco quiseram passar os olhos pelos inquéritos…
Já falamos, também, com as associações empresariais de Paredes e Paços de Ferreira e com a APIMA, mas todos se desviaram.
Assim, chegamos a esta situação. A ARC não vai participar na ExportHome, em 2009. A ARC, que participou em praticamente todas as edições do certame, não compactua com esta atitude relaxada e despreocupada da direcção da Exponor e das associações empresariais e do sector. Não se justifica que, nos dias de hoje, haja entidades de interesse económico que se confinem ao interesse único da feira, esquecendo os feirantes e os associados. Só em Portugal…
Como nós, cada vez tem havido mais barcos (empresas) a quererem remar contra a maré.
Dizem que a feira é internacional, mas não consegue atrair estrangeiros, apesar dos propalados esforços nesse sentido. Mas, se assim é, se o certame não é atractivo para os estrangeiros, por que não alterar o formato do evento? Como disse o Sr. Luís Silva, “a periodicidade bianual é o futuro, no sector do mobiliário”. Por que não darmos uma mostra de visão estratégica e sermos os primeiros na Europa a dar o passo?
E a melhor comparação do descrédito da ExportHome pode ser feita com a InHouse. A feira aberta ao público é o espelho do fracasso, tendo entrado numa enorme decadência.
Nós não queremos que a ExportHome chegue a esse ponto. Nós precisamos de uma Super ExportHome!

E, com este nosso esforço altruísta, o Sr. Nuno Teixeira ainda disse a um jornal que não entendia os nossos argumentos. Como é possível, Sr. Nuno Teixeira? Nós reunimos consigo algumas vezes antes de chegarmos a este ponto. Sabia perfeitamente qual é a posição da maioria dos expositores. Por isso, ou a sua resposta é demagógica ou é fruto da mais pura ignorância. E, sinceramente, fico triste com isso.
Noutra notícia, o presidente da Associação Empresarial de Portugal, Sr. José António Barros, diz que a única ‘ideia-força’ do Movimento Empresários pelo Futuro do Mobiliário é desestabilizar o planeamento da próxima feira. Esta agora… O Sr. José António Barros - que não esteve presente em nenhuma das reuniões que realizámos com a Exponor – não devia atribuir juízos de valor sobre uma acção de empresários sérios e que têm feito mais pelo sector do que qualquer associação! Pelo contrário, como pessoa realmente coerente, como todos lhe reconhecemos, deveria reunir-se connosco para ‘in loco’ auscultar a nossa perspectiva. Fica, desde já, feito o nosso convite. Venha ter connosco!

Outra coisa interessante é o número apresentado pela AEP. É que, nas 11 empresas que já confirmaram a não presença na próxima edição do certame, não constam todos os nomes. Assim, de repente, lembro-me, por exemplo, das empresas que constituem o núcleo do movimento… Ainda dizem que os números não mentem!

Por fim, agora que acabo de ler a newsletter semanal da Exponor, não vejo qualquer referência ao tema. Força, Exponor. Continuem assim, orgulhosamente sós, que nós vamos continuar o nosso papel de defensores do Futuro do Mobiliário, um dos sectores que mais tem contribuído para a economia do país.
E lembrem-se, a ExportHome existe para servir os expositores e não o contrário!

Armando Rocha, administrador da ARC

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